quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Carrega no Lombo

Aqui nos EUA eles tem uma cultura muito forte do “Faca voce mesmo”. Qualquer um pinta parede, reforma movel antigo, constroi o berco do primeiro filho e a casa da arvore. Eu que sempre fui engajada nos trabalhos manuais acho isso o maximo e sempre bisbilhoto as secoes DIY (“do it yourself”) nas revistas e lojas de construcao, decoracao ou artesanato.

Acontece que NY nao pode ser considerada uma cidade tipicamente americana. Em qualquer outra cidade as pessoas dirigem ate a loja, compram o que precisam, dirigem de volta pra casa (podem parar varias vezes no caminho se quiserem), estacionam na porta, espalham aquele monte de tralha em uma casa com varios comodos, pegam as ferramentas guardadas e organizadas na garagem e confortavelmente fazem um trabalho bem feito.

Nao eh assim que a banda toca por aqui… Outro dia precisei comprar uma comoda e depois de pesquisar varios precos na internet resolvi que compraria na Ikea (minha loja de moveis e coisas para casa preferida). Nao da para mandar entregar por que o frete eh quase 100 dolares, entao peguei um onibus na estacao central e meia hora depois estava la na Ikea so para confirmar que seria impossivel carregar a caixa no onibus de volta (ah, os moveis vem desmontados, vc mesmo monta em casa). Na semana seguinte, de carro alugado, consegui comprar a comoda e chegar em casa. Ou melhor chegar na portaria do predio, ainda teria que subir 5 andares de escada. No primeiro andar carregando aquela caixa gigante e super pesada tive um ataque de riso e empaquei. Nao conseguia dar mais um passo, estava rezando para estar no Brasil e ter alguem para entregar o movel na minha casa montadinho. O homem da historia viu que eu nao ia mais me mexer e pagou 10 dolares para um carinha que estava passando na rua ajudar a levar pra cima. O cara topou feliz da vida e ficamos todos amigos no final.

Eu tinha ate esquecido essa perrengue toda ate ontem quando precisei comprar uma torradeira. Sai de manha para fazer varias coisas e no caminho parei na loja que tinha a torradeira que eu estava precisando. Fiquei carregando aquela sacola enorme o resto do dia, no trem, no onibus, a pe… Sai para jantar a noite depois da aula e ainda estava carregando a tal da torradeira. So ficava imaginando quando em Vitoria alguem andaria o dia todo com uma caixa daquele tamanho debaixo do braco.

Tudo bem, pelo menos nao estava nevando!

2 comentários:

maria lembrancinha disse...

passei maaaaal de rir porque visualizei perfeitamente você parada na escada tendo um frouxo de riso. e me lembrei na hora que aqui em SP, guardadas as devidas proporções, eu faço essas coisas direto tb. saio de casa de metrô, paro na estação da sé, que é caminho da 25, compro milhares de vidrinhos, o moço não embala direito então eles vão batendo um no outro na sacola pesadérrima, pego metrô de novo, paro na 25, compro litros de um shampoo carérrimo q lá vende mais barato (mas só vende embalagem profissional pra salão), muitos metros de tecidinhos estampados que só vão aumentando o peso das sacolas, que agora já cortam meus braços e eu tenho q parar a casa 0,5m pra aliviar, e antes de pegar o metrô de volta pra casa, passo pra comprar umas varas de pescar e uma fogueira de espuma, pra decorar a festa junina. quando finalmente consigo chegar em casa e arriar tudo, pego a capa do sofá e o tapete e coloco numa sacolona pra levar na lavanderia, porque afinal de contas, é meu rodízio e eu vou ter que fazer isso a pé, mesmo que a lavanderia ecológica seja há alguns vários quarteirões de casa. quem manda ser idealista!

Anônimo disse...

Ufa... achei que você fosse montar a torradeira! Medo de incêndio....rs!
Beijos e continue frequentando os faça vc mesmo da cidade, desisitir jamais!!!
Beijos,
Gina